Ronaldo Fraga

Arquivo: Jornal Estado de Minas

Foto: Portal Uai

Ronaldo, temos sempre te acompanhado pela mídia mineira, nacional e internacional. Com certeza depois do Grupo Mineiro de Moda, dos anos 70, você é a marca que mais tem representado nosso estado, entre outras de extrema importância, mas com particularidades diferentes: mas o porque fazer coisas tão diferentes no universo da arte?

“Essa ação exemplifica o que você diz, pois, o lançamento deste livro não foi pensado exclusivamente para o povo da moda. Esse é um livro para quem gosta de desenho, admira desenho; eu acho que isso até responde ao sucesso, pois todas as livrarias estão refazendo os pedidos com dois dias de lançamento, no Brasil inteiro”.

O que podemos ver de diferencial que possa atribuir a esse livro?

Acho, sobretudo que é como vejo a moda, um vetor muito mais cultural, de comunicação cultural violentíssimo que consegue com muita desenvoltura atuar em todas as frentes da cultura, mais que você possa imaginar; e também, além dos desenhos, acaba funcionando como um diário que é a minha história.

Primeiramente são 36 coleções, mais de 16 anos de moda, está tudo ali em pequenos vestígios. Acho também, que nesse momento para ser um estilista você não precisa saber desenhar. Quem sabe desenhar tem isso, e só, e quem não sabe desenhar não tem isso e em algum momento, o mundo tem impõe uma barreira.

O que podemos esperar do Ronaldo Fraga, daqui para frente, pois sempre estamos vendo novidades em seu trabalho?

Temos muitos planos, entre eles dois livros infantis. Essa parte começou com  este livro, “ Caderno de Roupas – memórias e croquis”. O trabalho que dá em fazer é a readaptação para cada cidade, e também “O Rio São Francisco”, que a gente está doando para algumas cidades.


E o trabalho com a moda, continua ?

A moda como nós conhecemos acabou. Só para o corpo, só para a passarela acabou e a questão comercial está passando por um processo muito difícil. Em síntese, a moda está passando por uma transformação que está pedindo uma libertação da roupa, e eu tenho dito isso há muito tempo.

As pessoas da moda que venho entrevistando ao longo dos anos vem sempre reclamando da facilidade das roupas entrarem no Brasil e a dificuldade de nossas marcas serem levadas para fora. Como vê isso?

Se a dificuldade fosse só sair estaria ótimo, mas temos outras dificuldades, sobretudo dentro do próprio Brasil. Para você ter uma ideia, quando eu fechei a loja de São Paulo, um consultor me perguntou: existem outras marcas mineiras em São Paulo? Eu nenhuma outra tinha.

Pagamos muita tributação, que é uma coisa antiga até mesmo dentro do próprio Brasil, uma diferença de impostos entre estados que você acaba pagando duas vezes. Uma roupa em SP é quase três vezes mais cara do que aqui.

Enfim, outro fator é a concorrência desleal em que vivemos. Por outro lado, nós estamos falando de marcas, de empresas que investem no marketing internacional violentíssimo, produzem infinitamente mais barato em países asiáticos e chegam ao Brasil com gordura para queimar a margem de lucro é muito alta. Dispara

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